Mensagem do Presidente - abril 2021

O mês de abril trouxe, à semelhança do que tem acontecido no passado, novos desenvolvimentos muito importantes para as renováveis no nosso país, ocupando estas atualmente um lugar central em todas as estratégias de recuperação socioeconómica.

 

Em primeiro lugar, de referir que, fechado o primeiro trimestre do ano, é com grande satisfação de podemos observar que 79,5% da eletricidade gerada em solo português tem origem em fontes de energia renováveis. Um número forte, sólido, em linha com a meta do PNEC 2030 de 80% de eletricidade consumida com origem renovável.

 

Se o presente parece risonho, também o futuro se afigura do mesmo modo. Abril foi também um mês muito importante no que toca ao apoio ao Hidrogénio Verde enquanto tecnologia central para a descarbonização de sectores de difícil ou impossível eletrificação direta. Destaco a Conferência de Alto Nível da Presidência Portuguesa do Conselho Europeu com o título “O Hidrogénio nas Nossas Sociedades – Estabelecer pontes”, organizada pelo Ministério do Ambiente e Ação Climática e na qual tive o prazer de participar, em representação da APREN, na moderação do painel “Funding & financing the hydrogen economy: an integrated perspective”.

 

Desta conferência, tivemos a boa notícia da assinatura de um Memorando de Entendimento entre o governo português e o Banco Europeu de Investimento, que demonstra a disponibilidade deste último para assegurar apoio financeiro a projetos de Hidrogénio Verde elegíveis, assistência técnica e consultoria, de forma a promover investimentos neste setor em Portugal e melhorar a capacidade de financiamento dos projetos.

 

Trata-se de um acordo que apoia as estratégias nacionais vertidas no Plano Nacional de Energia e Clima 2030, na Estratégia Nacional para o H2 e no Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050, e que está alinhado com a Estratégia Europeia para o Hidrogénio, promovendo o desenvolvimento de uma economia do hidrogénio verde.

 

Apesar destes bons sinais para o desenvolvimento de projetos de Hidrogénio Verde e para o setor das Renováveis enquanto um todo, existe ainda, por vezes, alguma confusão sobre alguns tópicos por parte da sociedade, que surgem por vezes retratados na imprensa.

 

A esse propósito, e para tentar clarificar o assunto ao máximo e promover a utilidade desta aposta que é nacional e europeia, a APREN desenvolveu um documento de pergunta e resposta que responde às principais dúvidas, e que está presente no nosso site, nos media e que será também comunicado através das nossas redes sociais.

 

O que é um facto inquestionável é que são as renováveis que têm contribuído para a descida dos preços no mercado ibérico de eletricidade, como se tem podido observar no 1º trimestre do corrente ano. Sem as renováveis os preços da eletricidade seriam mais altos, como aconteceu a 8 de janeiro, por exemplo, dia em que se registou o preço médio mais elevado de sempre no mercado ibérico e dia no qual não houve praticamente produção eólica na Península Ibérica. A 8 de janeiro de 2021, o preço médio diário rondou os 95 €/MWh. Um valor semelhante só tinha sido atingido em 2013, mais concretamente a 8 de dezembro, dia em que se chegou aos 93,11 €/MWh.

 

Em março ocorreram dois eventos importantes no decorrer da atividade da APREN, a Assembleia Geral Ordinária e uma Reunião do Conselho Geral. Nesta foram debatidos temas importantes tendo-se obtido reflexões importantes com identificação de novos temas de atuação da Associação, os quais divulgarei em momento oportuno.

 

A discussão de todos os temas estratégicos para a estratégia energética do nosso país deve efetivamente acontecer, mas com base em factos, e é do lado dos factos que a APREN se posiciona.

 

Porque Portugal precisa da nossa Energia!