Mensagem do Presidente - Agosto 2021

Começo por vos dar nota dos avanços relativamente ao Portugal Renewable Energy Summit 2021, a conferência anual da APREN, que tem lugar nos próximos dias 9 e 10 de novembro no Grande Auditório da Culturgest, em Lisboa.
Neste evento, que marcará o regresso da APREN aos eventos físicos, mantendo a emissão em streaming com a qualidade do ano passado, temos já diversos oradores confirmados, que poderão consultar no nosso site. Para os associados que quiserem apoiar esta iniciativa que já é um clássico do panorama renovável em Portugal, poderão também conhecer no nosso site as diversas formas de patrocínio que preparámos, estando a APREN, naturalmente, ao dispor para esclarecer todas as dúvidas que tenham.
Vamos continuar a dar notícias sobre o evento que, além de ser o maior da esfera APREN, é também o maior evento direcionado ao setor renovável em solo português, contando, ano após ano, com as figuras principais do setor a nível nacional e internacional.
De resto, estamos em agosto, mês típico de férias e da chamada silly season, em que tradicionalmente pouco ou nada acontece. Mas de silly season este mês de agosto terá pouco, já que está a ser marcado, além das notícias associadas à pandemia, por diversas demonstrações dos efeitos das alterações climáticas (nomeadamente incêndios de proporções catastróficas), e, nos últimos dias, pelo lançamento de mais um relatório preocupante sobre o mesmo tema.
Desta vez, coube ao Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) lançar um alerta. Os cientistas deste painel da ONU preveem um aumento de 1,5 °C em 2040, de 2 °C em 2060 e de 2,7 °C em 2100 caso se mantenha o atual ritmo de emissões de gases com efeito de estufa. Estimam também que o limiar do aquecimento global (de + 1,5 °C) em comparação com o da era pré-industrial vai ser atingido em 2030, 10 anos antes do que tinha sido projetado anteriormente, "ameaçando a humanidade com novos desastres sem precedentes", desastres estes de origem climática.
Foram várias as autoridades nacionais e internacionais a reagirem de imediato com preocupação (e com toda a legitimidade) a este novo relatório. Associações ambientalistas globalmente e também em Portugal, apelaram ao fim da dependência de combustíveis fósseis, nomeadamente do gás natural, carvão e petróleo, e à necessidade de investir em empregos verdes e na construção, com a máxima urgência, de um futuro com zero carbono.
Da mesma opinião é o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, que refere que este relatório é um alerta vermelho para toda a Humanidade e que deve fazer soar os alarmes no que toca à obtenção, utilização e consumo de energias fósseis, que, comprovadamente, estão a aceleradamente e irreversivelmente, destruir o planeta. Em declarações à imprensa, António Guterres acrescenta que as conclusões deste relatório, que avaliou cientificamente os últimos sete anos, deve significar o fim do uso do carvão e dos combustíveis fósseis, antes que destruam o planeta, indo ao ponto de pedir que nenhuma central a carvão seja construída após 2021.
O relatório das Nações Unidas serve de preâmbulo para a conferência COP26, que tem lugar no próximo mês de novembro e onde se espera que vários países assumam metas de descarbonização (como a Índia), a par do que a Europa, os Estados Unidos da América, a China e outras geografias mundiais fizeram já no passado.
Posto isto, as renováveis, tema central nos últimos anos, tomarão ainda mais a dianteira no apoio fulcral à descarbonização, sendo essencial o desenvolvimento de mais e mais projetos renováveis e sustentáveis. Tendo em conta a urgência, é de esperar que também localmente as principais barreiras ao avanço destes projetos sejam também elas mitigadas e que possamos fazer a nossa parte em todo este processo, cuja importância sai reforçada após estas notícias.
Porque Portugal precisa da nossa Energia!