O Degelo do Ártico e o Metano

Desde 1980, a temperatura média na Terra subiu cerca de um grau Celsius por causa do aumento da concentração dos "gases de efeito estufa" (GEE). 

 

Nestes últimos trinta anos, a comunidade científica mundial consolidou o consenso de que o aquecimento global tem origem na atividade humana. É o chamado efeito antropogénico no aquecimento global, isto é, a atividade humana é responsável pelo aumento descontrolado da temperatura da Terra através de emissões dos chamados "gases de efeito estufa" (GEE), principalmente CO2, metano e ozono troposférico.


A NASA tem alertado para as consequências imprevisíveis e catastróficas que este efeito terá sobre a vida na Terra como hoje a conhecemos.

 

Por tudo isto têm vindo a ser estabelecidos diversos acordos internacionais sobre o auspicio das Nações Unidas. O primeiro de âmbito global foi o acordo de Kioto de 1997, mas talvez o de maior importância recente seja o acordo de Paris de 2015, em que 195 países se comprometeram a tomar medidas para manter o aumento da temperatura global abaixo dos 2ºC, em relação aos níveis pré-industriais, mas realizando esforços para que esse aumento não ultrapasse os 1,5ºC.


Recentemente, um grupo de cientistas do Centro de Resiliência de Estocolmo - cujo diretor executivo é Johan Rockströmvem - afirmou na revista PNAS que, com a grande inércia de alteração dos sistemas terrestres e o efeito potenciador de uns sobre os outros (como é o caso do aumento do nível da água do mar que é potenciado pelo duplo efeito de maior massa líquida resultante do degelo e pela própria dilatação da água pelo aumento da sua temperatura), as consequências do aumento das emissões de hoje far-se-ão sentir por dezenas e dezenas de anos e que os seus efeitos já serão irreversíveis.


Num estudo recente, a NASA afirma que o degelo do Ártico está a provocar a libertação de grandes quantidades de metano que estava contido pelo gelo, e que agora é libertado, aumentando assim o efeito de estufa. 


A nossa consciência cívica tem de aumentar e sobrepor-se aos interesses individualistas que dizem “isto não vai acontecer na minha geração ou só acontece lá longe”, o que nos leva à inação.


Não podemos deixar aos nossos filhos um planeta destruído e inabitável, pior do que aquele que recebemos. Temos de alterar a maneira de produzir e de consumir energia. E temos tudo o que precisamos “à mão”. A energia do Sol disponível e o conhecimento tecnológico para a transformar em eletricidade limpa e barata, associada ao domínio de formas de gestão e de armazenamento de energia de forma competitiva e acessível, como é o caso do armazenamento hídrico ou em baterias, para só falar em dois dos casos mais conhecidos. 

 

 

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